
O MEI desempenha um papel importante na formalização de pequenos negócios no Brasil, pois oferece uma maneira simples e acessível para empreendedores entrarem no mercado formal. Se você vende online, mas não sabe se vale a pena fazer o MEI em e-commerce, vamos esclarecer suas dúvidas.
Ao planejar expandir sua loja virtual ou criar uma, a formalização pode ser essencial. Isso porque permite a emissão de notas fiscais, o que é muitas vezes um requisito para fazer negócios com outras empresas. Além disso, protege seus direitos e permite o crescimento de suas atividades comerciais.
No Brasil, em torno de 70% das empresas formalizadas são MEI, sendo que a maioria é e-commerce. No entanto, é fundamental conhecer algumas vantagens e desvantagens do MEI em e-commerce antes de decidir formalizar seu negócio online.
O que é MEI?
O Microempreendedor Individual (MEI) é uma categoria empresarial com a intenção de formalizar pequenos negócios de trabalhadores autônomos, oferecendo-lhes vantagens como a legalização de suas atividades, bem como acesso a benefícios previdenciários e simplificação de obrigações fiscais. Essa modalidade destina-se a atividades que realizam-se por uma única pessoa ou com a ajuda de apenas um funcionário.
O MEI é uma alternativa especialmente voltada para empreendedores de baixa renda e pequenos negócios. Ao se tornar um MEI, o empreendedor pode obter um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para emitir nota fiscal, o que facilita a realização de negócios com outras empresas e instituições. Além disso, tem direito a aposentadoria por idade, auxílio-doença e salário-maternidade. No entanto, pode contratar apenas um funcionário.
O MEI deve pagar um valor fixo mensal de tributos, o que inclui impostos estaduais e municipais, como ICMS e ISS, além da contribuição previdenciária. Esse valor é reduzi-se e simplifica-se em comparação com outras categorias empresariais, sendo incluído numa guia única de recolhimento.
No que se refere à lucratividade do MEI, a regra estabelece que não pode ultrapassar R$ 81 mil anuais, o que corresponde a R$ 6.750 por mês. Caso esse limite seja ultrapassado, o empreendedor deve-se a se encaixar em outra categoria.
Vale a pena formalizar a loja virtual?
Essa é uma dúvida comum de muitos empreendedores que estão dando inicio às vendas online. Saiba que formalizar uma loja virtual, ou seja, registrar o seu negócio como uma empresa legalmente incluída, pode ser uma decisão importante e benéfica em muitos casos. Mas isso depende de vários fatores, incluindo o tamanho da sua operação, seus objetivos de negócios e sua situação financeira.
Ao formalizar seu negócio, você estará sujeito a obrigações legais e tributárias específicas para empresas. Isso inclui a necessidade de emitir notas fiscais e cumprir com obrigações trabalhistas e previdenciárias, caso tenha um funcionário. Portanto, avalie se está preparado para lidar com essas responsabilidades.
Por outro lado, uma empresa formalizada geralmente transmite maior credibilidade aos clientes e parceiros de negócios em comparação com um negócio não registrado. Isso pode aumentar a confiança dos clientes e ajudar a vender mais. Como um MEI em e-commerce, você pode ter acesso a recursos financeiros, como empréstimos, que podem ajudar no crescimento do seu negócio.
Quais as vantagens?
Formalizar uma loja virtual como MEI oferece diversas vantagens para empreendedores que atuam nesse ramo. O processo de registro como MEI é relativamente simples e pode ser feito online, diminui-se a burocracia e o tempo necessário para iniciar seu negócio. A seguir, confira outras vantagens.
Não precisa de contador
Pela simplicidade de formalização como MEI, não é necessário realizar os procedimentos obrigatórios de que uma empresa comum está submetida. Portanto, inicialmente não é preciso contratar um profissional de contabilidade.
No entanto, indica-se estabelecer uma organização na gestão do seu negócio, armazena-se todas as notas fiscais emitidas. Sem dúvida, isso pode facilitar o processo de declaração anual, o chamado DASN – SIMEI (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
Ter mais profissionalismo
A formalização da empresa geralmente garante mais compensação para o negócio, principalmente porque transmite mais profissionalismo. Um MEI em e-commerce significa que ela registra-se nos órgãos competentes e cumpre com as obrigações legais e fiscais exigidas pelas autoridades governamentais.
Uma loja virtual formalizada é transparente em relação à sua estrutura e operações. Sendo assim, possui um registro público que fornece informações essenciais, como nome, endereço, CNPJ e situação fiscal.
Além disso, a formalização pode aumentar a confiança dos clientes, fornecedores, parceiros comerciais e instituições financeiras. De fato, muitas empresas e consumidores preferem fazer negócios com empresas formalmente registradas.
O MEI em e-commerce garante que o seu negócio está operando de acordo com a legislação, o que pode ser importante em termos de conformidade e para evitar problemas futuros.
Não existir burocracia nem muitas despesas
O MEI em e-commerce possui um regime tributário simplificado, com impostos fixos mensais. Isso facilita o pagamento e evita a necessidade de lidar com uma carga tributária complexa. O MEI é isento de alguns tributos federais (PIS, Cofins, IPI, CSLL), tornando o regime tributário mais leve.
Além disso, o processo de emissão do CNPJ pode ser feito gratuito. Outra vantagem é que os gastos mensais do MEI estão associados apenas ao ICMS, quando se trata de comércio, e ao ISS em caso de prestação de serviços. Os valores não ultrapassam R$ 5 mensais. O DAS também deve ser pago, em torno de 5% do valor do salário mínimo.
Quais as desvantagens
De fato, cada tipo de regime tributário tem suas vantagens e desvantagens, sendo que com o MEI não é diferente já que tem suas regras que, dependendo da situação do empreendedor, podem ser considerar desvantagens. A seguir, confira algumas delas.
Ter limite de faturamento
O MEI é destinado a empreendimentos cujo faturamento anual não ultrapassa o limite de R$ 81 mil anuais, previsto pelo governo federal. Esse limite pode ser atualizado com o passar dos anos. Existem diversas atividades econômicas permitidas para registro como MEI, abrangendo áreas como comércio, serviços e indústria.
No entanto, é importante verificar se o seu ramo de atuação está na lista de atividades permitidas. Caso o faturamento anual do MEI em e-commerce exceda o limite exigido, ele deverá fazer uma transição para outra forma de empresa, como a Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), e estar sujeito a obrigações tributárias mais complexas.
Empresa de responsabilidade ilimitada
Devido à natureza jurídica de empresário individual, o MEI integra a categoria de responsabilidade ilimitada. Uma empresa de responsabilidade ilimitada é uma forma de estrutura empresarial em que os proprietários são pessoalmente responsáveis por todas as dívidas e obrigações do negócio de forma ilimitada.
Isso significa que, em caso de falência ou insolvência da empresa, os bens pessoais dos proprietários podem ser usados para cobrir as dívidas comerciais. Dessa forma, caso o e-commerce contraia dívidas e o processo seja executado, os bens do empreendedor podem ser penhorados para quitar os débitos.
Só poder contratar um empregado
Embora o MEI não possa ter um sócio, a lei permite que contrate um funcionário. Os funcionários contratados envolvem custos adicionais, como encargos trabalhistas, obrigações previdenciárias e outras responsabilidades que podem se tornar complexas e onerosas para um gerenciamento de MEI.
A restrição de contratação apenas de um funcionário como MEI está relacionada à simplificação das obrigações fiscais e administrativas. Portanto, o profissional empregado deve receber até um salário mínimo, sendo que o custo de sua contratação gira em torno de 11% sobre o valor da remuneração paga a ele.
Também deverá ser pago mensalmente o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), para que o funcionário tenha seus direitos trabalhistas garantidos, como os benefícios previdenciários.

Como deve ser feita a regularização do e-commerce
O cadastro do seu e-commerce pode ser feito via web, porém, o sistema permite apenas a emissão do alvará provisório. Logo após ter acesso a esse documento, o MEI tem até 180 dias para finalizar o processo de regularização e assim realizar o registro definitivo. Porém, é preciso ficar atento as exigências, pois são diferentes para cada cidade.
Simples Nacional ou MEI: Qual o melhor para quem tem e-commerce
De fato, essa decisão é importante para quem tem um e-commerce, porém exige uma análise cuidadosa para saber qual é a melhor opção para o seu caso específico, considerando seu faturamento, atividade e metas de crescimento.
Isso porque para cada tipo de regime, é necessário verificar as regras e limitações. Por exemplo, o MEI não pode ter um rendimento maior do que R$ 81 mil, como mencionado anteriormente.
Por outro lado, o Simples Nacional exige uma lucratividade mais alta, sendo assim o empreendedor terá que lidar com mais impostos. Portanto, é indicado analisar o atual faturamento mensal do seu negócio para prever seu crescimento nos próximos meses e anos.
Conclusão
Em resumo, a formalização de um e-commerce pode ser vantajosa para empreendedores que vendem produtos online. No entanto, avalie cuidadosamente suas necessidades e objetivos antes de tomar a decisão de se registrar como MEI. Lembre-se que essa modalidade tem limitações em relação ao faturamento anual. Além disso, algumas atividades não são permitidas nesse regime.
Por fim, é importante considerar que as regras e benefícios do MEI podem mudar ao longo do tempo, então é aconselhável verificar as informações atualizadas junto aos órgãos competentes, como a Receita Federal e o Portal do Empreendedor.

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